Vivemos em uma sociedade que cultua a juventude como se fosse sinônimo de sucesso, beleza e relevância. Envelhecer, nesse contexto, parece um erro de percurso — algo a ser escondido, negado ou disfarçado. Mas por trás do preconceito contra os idosos — o etarismo — está um medo profundo e silencioso: o medo de todos nós diante da própria velhice.

O que é etarismo e como ele se manifesta
O etarismo, ou ageísmo, é um tipo de preconceito que julga e discrimina as pessoas com base na idade. E, embora possa afetar também os jovens, são os mais velhos que mais sofrem com isso.
FORMAS COMUNS DE ETARISMO
• Descrença na capacidade de trabalho ou aprendizado do idoso
• Piadas e estereótipos que ridicularizam a velhice
• Invisibilidade social, especialmente na mídia e no mercado de trabalho
• Negligência médica ou familiar, baseada na ideia de que o idoso “não vale o esforço”
A raiz do problema: o medo coletivo de envelhecer
O que leva tanta gente a olhar com desprezo para quem tem rugas, cabelos brancos e passos mais lentos? A resposta pode estar na forma como lidamos com a passagem do tempo. Em vez de enxergar o envelhecer como uma etapa natural da vida, muitos o veem como uma perda: de beleza, de força, de valor.
Essa negação da velhice é, no fundo, uma negação da própria mortalidade.
“Combater o etarismo não é apenas defender os idosos. É permitir que todos, inclusive os mais jovens, vivam melhor cada fase da vida.
AS CONSEQUÊNCIAS DO ETARISMO SÃO GRAVES E SILENCIOSAS

O preconceito etário pode parecer sutil, mas seus efeitos são profundos. Estudos apontam que idosos que sofrem discriminação têm mais chances de desenvolver depressão, isolamento social e até doenças físicas. Isso sem falar na perda de oportunidades, de autoestima e de autonomia.
Segundo pesquisa da Fiocruz, o etarismo contribui para o agravamento de problemas de saúde e dificulta a implementação de políticas públicas eficazes para a terceira idade.
O etarismo afeta também os mais jovens
Pode parecer contraditório, mas o preconceito contra os idosos afeta também os mais jovens. Afinal, quando negamos a velhice, estamos negando o nosso próprio futuro. Isso gera ansiedade, medo de envelhecer e uma busca constante por juventude artificial e inalcançável.
É possível mudar esse cenário
A boa notícia é que o etarismo pode ser combatido — e isso começa com a mudança da nossa percepção sobre o envelhecer. Precisamos aprender a valorizar a experiência, a sabedoria e a presença dos mais velhos.
AÇÕES DE COMO COMBATER O ETARISMO?
• Rever nossos próprios preconceitos sobre idade
• Dar espaço para idosos se expressarem e participarem ativamente
• Cobrar representatividade e respeito nos meios de comunicação
• Fomentar políticas públicas voltadas para o envelhecimento digno
• Valorizar amizades intergeracionais, que trocam saberes entre jovens e velhos
Envelhecer com dignidade é um direito de todos

A luta contra o etarismo é também uma luta por um futuro mais justo e humano. Envelhecer deve ser motivo de orgulho — e não de vergonha. Quando tratamos bem os idosos de hoje, construímos o mundo em que queremos envelhecer amanhã.
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