O consumo excessivo de bebidas alcoólicas entre idosos é uma preocupação crescente, especialmente durante as festividades de fim de ano, quando os excessos são mais comuns. Estudos indicam que 1 em cada 10 brasileiros com mais de 60 anos faz uso abusivo de álcool, totalizando mais de 3,1 milhões de pessoas nessa faixa etária. (IESS – Instituto de Estudos de Saúde Suplementar)
O envelhecimento provoca mudanças fisiológicas que tornam o organismo mais vulnerável aos efeitos nocivos do álcool. A redução da massa corporal magra e da água corporal total nos idosos resulta em maior concentração de álcool no sangue, mesmo com ingestão de quantidades menores. Além disso, o metabolismo hepático torna-se menos eficiente, prolongando a presença de álcool no organismo e potencializando seus efeitos tóxicos.

DOENÇAS HEPÁTICAS
O fígado é o principal órgão responsável pela metabolização do álcool. O consumo crônico e excessivo pode levar a condições como esteatose hepática (acúmulo de gordura no fígado), hepatite alcoólica e, em casos mais graves, cirrose. Estima-se que entre 90% e 100% dos bebedores pesados crônicos desenvolvam doença hepática gordurosa. (CISA – Centro de Informações sobre Saúde e Álcool)
HIPERTENSÃO
O álcool influencia negativamente o sistema cardiovascular, aumentando a liberação de hormônios relacionados ao estresse que atuam na contração de vasos sanguíneos, elevando a pressão arterial. A hipertensão é um fator de risco significativo para doenças cardíacas e acidentes vasculares cerebrais, especialmente em idosos. (CISA – Centro de Informações sobre Saúde e Álcool)
DOENÇAS CARDÍACAS
O consumo excessivo de álcool está associado a diversas complicações cardíacas, como cardiomiopatia (doença do músculo cardíaco), arritmias e aumento dos níveis de colesterol LDL e triglicerídeos. Essas condições elevam o risco de infartos e outras doenças cardiovasculares. (Central Nacional Unimed)
COMPROMETIMENTO DO SISTEMA NERVOSO
O álcool atua como depressor do sistema nervoso central, afetando funções cognitivas e motoras. Nos idosos, o consumo abusivo pode levar a dificuldades no raciocínio, alterações de humor, insônia e aumento do risco de demências, como a doença de Alzheimer. Além disso, há maior propensão a quedas devido ao comprometimento do equilíbrio e coordenação motora. (CISA – Centro de Informações sobre Saúde e Álcool)
POR QUE OS EFEITOS SÃO MAIS GRAVES NOS IDOSOS?
Com o envelhecimento, o organismo sofre diversas alterações que potencializam os efeitos nocivos do álcool:
• Metabolismo Reduzido: A capacidade do fígado de metabolizar o álcool diminui, aumentando a toxicidade. (OPAS – Organização Pan-Americana da Saúde)
• Comorbidades: Idosos frequentemente apresentam outras condições de saúde que podem ser agravadas pelo consumo de álcool.
• Interação com Medicamentos: O uso concomitante de álcool e medicamentos comuns na terceira idade pode resultar em interações perigosas.
CONCLUSÃO
É fundamental conscientizar os idosos e suas famílias sobre os riscos do consumo excessivo de álcool, especialmente durante as festas de fim de ano. A adoção de hábitos saudáveis e a moderação no consumo de bebidas alcoólicas são essenciais para preservar a saúde e a qualidade de vida na terceira idade.
Para mais informações sobre os perigos do consumo excessivo de álcool, consulte:
• OPAS – Organização Pan-Americana da Saúde
• SBGG – Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia
A conscientização e o apoio familiar podem ser os primeiros passos para uma vida mais saudável e equilibrada. Que tal repensar os hábitos e começar um novo ano com mais saúde e bem-estar?