A religião é um aspecto central na vida de muitas pessoas, especialmente entre os idosos. No Brasil, um país conhecido por sua diversidade religiosa, os hábitos de fé e espiritualidade entre os idosos refletem não apenas tradições culturais, mas também mudanças sociais e demográficas que ocorrem ao longo das décadas. A questão que surge é: qual é a religião predominante entre os idosos brasileiros? Católicos, espíritas, cristãos evangélicos ou até mesmo ateus? Neste artigo, vamos explorar dados de pesquisas recentes, analisar o panorama atual e entender as razões por trás das escolhas religiosas dos idosos no Brasil.

O PANORAMA RELIGIOSO BRASILEIRO
O Brasil é historicamente um país de predominância católica, devido à influência portuguesa no período colonial. Contudo, nos últimos anos, o cenário religioso tem se tornado mais diversificado. De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), no Censo de 2010:
• 64,6% da população brasileira se declarou católica;
• 22,2% se identificaram como evangélicos;
• 2% como espíritas;
• 8% afirmaram não ter religião;
• O restante se distribui entre outras crenças (umbanda, candomblé, judaísmo, islamismo, entre outras).

O crescimento das igrejas evangélicas, a expansão do espiritismo e o aumento de pessoas sem religião têm alterado esse quadro. Mas, como isso se aplica aos idosos?
RELIGIÃO ENTRE OS IDOSOS: DADOS E TENDÊNCIAS
Entre a população com mais de 60 anos, a predominância católica ainda é muito forte. Segundo dados de um estudo realizado pela Fundação Perseu Abramo em 2021, cerca de 70% dos idosos brasileiros se identificam como católicos. Outros dados interessantes incluem:
• 20% dos idosos são evangélicos (protestantes ou pentecostais);
• 4% são espíritas, um número expressivo comparado a outras faixas etárias;
• 2% afirmam não ter religião ou se declaram ateus;
• O restante segue religiões afro-brasileiras, judaísmo, ou outras crenças menos expressivas em números.
Esses números evidenciam que o catolicismo ainda ocupa a principal posição entre os idosos, mas é perceptível o crescimento das igrejas evangélicas e do espiritismo.
POR QUE OS IDOSOS SÃO MAIS RELIGIOSOS ?
A religiosidade tende a se intensificar à medida que as pessoas envelhecem. Esse fenômeno ocorre por diversas razões:
1. Tradição cultural e familiar: Os idosos cresceram em um Brasil majoritariamente católico e herdaram essa fé das gerações anteriores.
2. Busca por propósito e significado: A espiritualidade oferece conforto emocional e um senso de pertencimento em uma fase da vida marcada por perdas e desafios.
3. Rede de apoio social: Igrejas e centros religiosos oferecem espaços de convivência, atividades e suporte comunitário, algo essencial para combater a solidão na terceira idade.
4. Preparação para a finitude: Questões relacionadas à morte e ao pós-vida ganham mais relevância à medida que envelhecemos, o que leva muitos idosos a buscar respostas na fé.
O CRESCIMENTO DO ESPIRITISMO E DAS IGREJAS EVANGÉLICAS

O espiritismo tem uma presença significativa entre os idosos brasileiros, especialmente nas classes médias urbanas. A filosofia espírita, com sua abordagem sobre reencarnação, evolução espiritual e consolo para perdas, atrai muitos idosos em busca de respostas e equilíbrio emocional.
Por outro lado, as igrejas evangélicas têm crescido de forma exponencial em todas as faixas etárias, incluindo a terceira idade. A pregação voltada para o acolhimento, a música e a forte rede comunitária têm sido fundamentais para atrair esse público. Muitos idosos encontram nas igrejas evangélicas um espaço para recomeçar e criar novos laços.
E OS ATEUS OU SEM RELIGIÃO
Embora em menor número, o grupo de idosos que se declara ateu ou sem religião tem aumentado. Esse fenômeno é reflexo de mudanças sociais, maior acesso à educação e uma visão mais crítica sobre as instituições religiosas. Em comparação com os jovens, os idosos ateus tendem a ser menos expressivos em números, mas demonstram uma tendência crescente, especialmente nas grandes cidades.
IMPACTO DA RELIGIÃO NA QUALIDADE DE VIDA DOS IDOSOS

A religiosidade exerce um impacto positivo na saúde física e mental dos idosos. Diversos estudos apontam que a fé pode:
• Reduzir sintomas de depressão e ansiedade;
• Melhorar a autoestima e o senso de pertencimento;
• Estimular comportamentos saudáveis, como a prática de exercícios físicos e a moderação no consumo de álcool;
• Promover o apoio social através de redes de voluntariado e atividades comunitárias.
Além disso, as crenças religiosas oferecem um importante suporte emocional diante da dor, luto e perdas, situações comuns na terceira idade.
A DIVERSIDADE RELIGIOSA NO BRASIL
Em resumo, a maioria dos idosos brasileiros ainda se identifica como católica, mas há um crescimento expressivo das igrejas evangélicas e do espiritismo, refletindo um cenário mais plural e diverso. O número de pessoas sem religião ou ateias também tem crescido, embora de forma mais lenta.
Essa diversidade é um reflexo das transformações sociais do país e mostra que a religiosidade pode ser vivida de formas distintas, adaptando-se às necessidades emocionais e espirituais de cada pessoa na velhice.
CONCLUSÃO
A religião ocupa um papel central na vida da maioria dos idosos no Brasil, oferecendo conforto, pertencimento e propósito em uma fase marcada por mudanças. Seja católico, evangélico, espírita ou mesmo ateu, o importante é que cada idoso encontre caminhos que tragam paz e qualidade de vida.
E você, como enxerga a espiritualidade na terceira idade? Deixe sua opinião nos comentários!