A Revisão da Vida Toda, uma batalha judicial que durou 12 anos, está prestes a ter um desfecho trágico para 102 mil idosos. O STF, que outrora havia garantido uma vitória histórica para os aposentados, agora parece reescrever as regras do jogo. O pivô da reviravolta são duas Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADIs), engavetadas há 22 anos, e ressuscitadas para destruir os direitos previamente reconhecidos. Tudo isso no meio de articulações políticas que fazem a lei parecer um detalhe.
A jurisprudência do próprio STF, que deveria ser a bússola, foi ignorada. Em decisão colegiada, há cerca de um ano e meio, a corte havia determinado que os aposentados tinham direito à revisão. Mas o atual governo, ao empossar três novos ministros, conseguiu reabrir a questão, permitindo que esses magistrados votem indevidamente. E o que deveria ser uma decisão final se transformou em uma novela kafkiana. Milhares de idosos -com ou sem saúde- aguardam ansiosos e quase desesperançados o apito final. O prejuízo social será grave… e muitos vão cair em depressão, completamente transtornados pela injustiça a que estão sendo submetidos.